sábado, 31 de março de 2012

A herança da ditadura para a educação

Esvaziamento do ensino superior público divide opiniões, mas violência repressiva, falta de oportunidades e despolitização da sociedade surgem como símbolos do modelo deixado pela ditadura militar

Infinidade de universidades privadas, licenciatura em menor tempo, grade de disciplinas engessada e o fechamento do ensino superior às classes baixas são termos que soam naturais aos ouvidos habituados ao modelo educacional brasileiro. Este modelo, porém, aos poucos transformado, teve origem na política adotada pela ditadura iniciada com o golpe de 1º de abril de 1964.

Como o apoio ideológico da ditadura era dado por setores da classe média, foi em nome dela que o governo militar trabalhou, principalmente, na perspectiva de políticas de educação. Para a filósofa Marilena Chauí, professora aposentada da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, os estratos médios não tinham poder político nem econômico. "Para o governo militar, a classe média só tinha poder ideológico. Então, a sustentação que ela deu fez com que o governo considerasse que precisava mantê-la como apoiadora, e a recompensa foi garantir o diploma universitário para a classe média", argumenta.

Com a adoção do modelo norte-americano por meio da parceira entre o Ministério da Educação do governo Castelo Branco (1964-1967) e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês), e a aplicação de uma política educacional mais voltada à economia, o ensino no Brasil deixava de ter a finalidade social e passava a ser, exclusivamente, direcionado à formação profissional de estudantes. Neste período, a transferência do peso do ensino público para o privado começava a se concretizar.

Segundo a professora do departamento de sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Maria José de Rezende, é neste momento da história que os procedimentos adotados caminhavam contra aquilo que havia sido amplamente discutido desde os anos 1930: a criação de uma educação pertinente à necessidade brasileira, com participação direta da sociedade. "A herança mais forte daquele período é a dificuldade de se estabelecer o processo de educação como um todo, com caráter inclusivo e de igualdade de oportunidade", defende a professora.

Educação pública x educação privada
Para Marilena Chauí, o desinteresse em investir no ensino superior público, sem verba ou incentivo a laboratórios e bibliotecas, teve como principal motivo a mudança para uma política capitalista que visava, prioritariamente, à formação rápida de mão de obra "dócil" para o mercado de trabalho. "Além disso, eles criaram a disciplina de educação moral e cívica, para todos os graus do ensino. Na universidade, havia professores que eram escalados para dar essa matéria, em todos os cursos, nas ciências duras, biológicas e humanas. A universidade que nós conhecemos hoje ainda é a universidade que a ditadura produziu", relembra Chauí.

Entretanto, segundo o professor do departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), João Roberto Martins, à época da chegada dos militares ao poder, o número de estudantes matriculados crescia consideravelmente, resultando no que foi chamado de "problemas dos excedente", que representava um número maior de pessoas aprovadas nos vestibulares do que as vagas oferecidas. Diante disso, a pressão popular exercida fez com que o governo incentivasse o crescimento de vagas recorrendo às universidades privadas.

Martins sublinha que, apesar da aparente ambiguidade em investir no setor particular, o governo militar, à mesma medida, não reduziu os aportes no ensino superior público. "De certa maneira, o regime autoritário achava que precisava das universidades para realizar o que na época passou a se chamar de Projeto Brasil Potência. Então na verdade não faltaram verbas para os institutos e programas de pesquisa. E, apesar de um regime ditatorial, houve sim apoio a pesquisas e uma grande expansão do sistema brasileiro de pós graduação", pontuou.

A tentativa de calar quem dava voz à sociedade
Militar em sala de aula, muitas vezes fazendo o papel do professor, não foi uma cena incomum naquele período. A repressão contra qualquer tipo de pensamento diferente daquele que estava sendo difundido e politizado representava motivo, sem contestação, para censurar no lecionamento de disciplina e para prisões arbitrárias de professores e líderes estudantis.

Marilena Chauí, que presenciou o arriscado convívio entre militares, estudantes e docentes, conta como foi a resistência e o dia a dia das universidades naquele período: "Foi uma coisa dramática, lutamos o que pudemos, fizemos a resistência máxima que era possível fazer com o risco que você corria, porque nós éramos vigiados o tempo inteiro. Os jovens hoje não têm ideia do que era o terror que se abatia sobre nós. Você saía de casa para dar aula e não sabia se ia voltar, não sabia se ia ser preso, se ia ser morto, não sabia o que ia acontecer, nem você, nem os alunos, nem os outros colegas".


Leia especial sobre os 48 anos do golpe de 1964:





sexta-feira, 30 de março de 2012

As crianças e a ditadura da publicidade na TV

Aqui mesmo neste blog já postei por mais de uma vez textos divulgando o documentárioCriança, a alma do negócio”, produzido pelo Instituto Alana. Mas, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), em votação do Supremo Tribunal Federal (STF), me obriga a utilizar esse documentário, mais uma vez, para mostrar como funciona (livremente) o mercado publicitário brasileiro.

O documentário demonstra os artifícios “publicitários” utilizados pelas empresas e pela TV para transformar as crianças em verdadeiras consumistas. Perdem a infantilidade, deixam de brincar e se tornam “mini-adultos”, “mini-adultas”.



As crianças, que ainda estão com seu intelecto sendo formado, são mais suscetíveis a alguns estímulos. Sabedoras disso, empresas utilizam a TV para expandir suas vendas e, consequentemente, seus lucros.

Em nome da “liberdade de imprensa”, no Brasil, a criança se tornou a Alma do Negócio. Mas, é preciso esclarecer, que publicidade não é jornalismo, não é imprensa. Publicidade é comércio, visa vender, o lucro, não tem por objetivo informar.

Mesmo assim, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) – eleitores, guardem bem o nome deste partido – e a Associação Brasileira de Emissoras de Radio e Televisão (Abert), entraram com a ADI para que seja declarada inconstitucional o artigo 254 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que obriga as emissoras de televisão a respeitar os horários autorizados para exibição de determinados programas, de acordo com sua classificação etária indicativa.

No site da Ação Educativa é possível ler um manifesto que explica o processo e expõe, claramente, o motivo pelo qual a ADI deve ser declarada improcedente. O manifesto detalha, também, os motivos pelos quais a manutenção da classificação indicativa é importante para assegurar às crianças um desenvolvimento adequado.

Não vou falar mais nada sobre isso neste texto. Leia os textos postados neste blog sobre o documentário Criança, a Alma do Negócio, veja o vídeo e leia o manifesto no site da Ação Educativa. Com certeza você também terá uma opinião formada sobre o assunto e entrará na luta para que a ADI seja declarada inconstitucional.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Tolices da imprensa

Hoje li no editorial do jornal O Estado de S. Paulo o texto “Tolices curriculares”. Resolvi não colocar aqui o link para esse texto, pois é uma tolice. É uma crítica “eleitoral” à Resolução 2/12, no CNE.

Reproduz alguns trechos da resolução que diz ser “tautológicos ou ininteligíveis”. Talvez sejam realmente tautológicos ou ininteligíveis para quem não entende nada de educação. Mas, não creio que um jornal como o Estadão publicaria o texto sobre educação de um editorialista que não entende nada de educação. Com certeza pediriam para o autor, pelo menos, se informar sobre o conteúdo.

Por isso, tendo a acreditar que o veículo já está em campanha contra o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad. É uma pena que não deixam claro de imediato sua posição. Pessoas leem esse texto sem saber que trata-se, na verdade de um texto político-partidário. Realmente é uma pena que um jornal tido como um dos mais respeitados do país tenha tido essa atitude. Mais pena ainda é saber que tantos outros têm a mesma atitude. Constantemente.

Secretaria Estadual da Educação recua e mantém recuperação extraclasse

Modelo de apoio escolar previa a extinção dessa prática, mas declaração de Alckmin provocou o recuo

A Secretaria Estadual de Educação voltou atrás e anunciou nesta quarta-feira que o modelo de recuperação fora do período regular de aula, para alunos com dificuldades de aprendizagem, não será extinto - ao contrário do que previa novo modelo de apoio escolar divulgado em janeiro. O recuo se deu após declaração do governador Geraldo Alckmin (PSDB), no final de semana, de que o modelo anterior não seria abandonado.


Segundo a secretaria, esse reforço seguirá concomitantemente com o novo projeto, que prevê duas opções: recuperação contínua, com atuação de um segundo professor em algumas classes, e a intensiva, com a criação de classes menores em algumas séries do ensino fundamental. A informação da secretaria era de que a nova resolução substituiria a recuperação no contraturno - conforme publicado pela reportagem, sem que houvesse contestações da pasta.

O secretário de Educação, Herman Voorwald, negou nesta quarta ter sido submetido a pressão política. Ele defende que nunca houve a intenção da substituição completa do modelo, apesar de o texto da resolução atual não prever aulas no contraturno como mecanismo de apoio escolar. Esse sistema de aulas, segundo Voorwald, será melhorado.

Desde 1997, alunos com dificuldades podiam contar com apoio escolar após o período regular de aula - de manhã para quem estuda à tarde e vice versa. Ao longo do ano passado, a secretaria avaliou com professores que o modelo não vinha tendo bons resultados porque os alunos não compareciam às aulas.

Mecanismos. O texto da resolução diz que as escolas poderiam dispor dos dois mecanismos. Não há menção à continuidade do modelo de aulas no contraturno. Na semana passada, após o jornal Folha de S. Paulo noticiar o fim do reforço no contraturno, o governador veio a público negar essa possibilidade. Ontem, a secretaria endossou a posição do governador, defendendo que os modelos são "complementares". Voorwald ressaltou que a recuperação no contraturno, como era feito, tinha falhas e a nova proposta atende às necessidades dos alunos. "Se houver a necessidade (de aula fora do período regular), a resolução permite. Eu acredito nas recuperações contínua, que é na sala de aula, e intensiva, das turmas especiais", diz ele.

A pasta vai publicar uma instrução para disciplinar as aulas no contraturno. Uma mudança que já está valendo é a impossibilidade de professores atribuírem aulas antes de uma avaliação da escola sobre a necessidade de formar classes de recuperação. O objetivo é evitar turmas ociosas.

A instrução vai alterar as regras para o ensino médio. Antes voltada para classes com mais de 40 alunos, a presença do segundo professor será agora oferecida a salas com 35 alunos. Também há a possibilidade de criar salas menores para a recuperação no ensino médio - e não só para o ensino fundamental.

Não há previsão de quantos professores auxiliares serão necessários. A secretaria garante que terá condições de implementar todo o projeto.

Cursar Pré-Escola ajuda no desenvolvimento da criança, afirmam especialistas

Etapa de ensino ajuda na construção de valores e no progresso escolar

As crianças que passam pela Pré-Escola antes de ingressar no Ensino Fundamental têm seu desenvolvimento emocional e escolar mais acentuado do que os excluídos dessa etapa de ensino, afirmam os especialistas ouvidos pelo Todos Pela Educação. Segundo eles, ingressar na Educação Infantil aos 4 anos de idade evita a evasão e a repetência, além de reforçar noções de cidadania.

“Pesquisas em diversas áreas mostram que o retorno no futuro é muito elevado quando a criança passa pela Educação Infantil. Há estudos em Educação, Medicina e Economia, entre outros temas, que relacionam este fato, por exemplo, à performance no mercado de trabalho”, destaca o professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) Aloísio de Araújo.

Para ele, que é coordenador do livro Aprendizagem Infantil – Uma abordagem da neurociência, economia e psicologia cognitiva, a existência de centros de pesquisa sobre Educação Infantil, associados à universidade e abrangendo essas diversas áreas de estudo, é uma boa opção para pesquisar o tema.

Segundo os pesquisadores, há divergências nas visões sobre a função da Pré-Escola no País. “Alguns especialistas acham que ela (a Pré-Escola) deve preparar para o Ensino Fundamental. Outros discordam dessa ideia e defendem a promoção de outras competências das crianças. É uma discussão polêmica”, explica Daniel Santos, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP).

De acordo com ele, não existe um projeto pedagógico consolidado para a Pré-Escola hoje no Brasil. “Não adianta dar uma prova de português para essas crianças de 4 e 5 anos, como se faz no 5º ano, por exemplo. Precisamos discutir como monitorar e avaliar esse sistema”, afirma.

Para os especialistas que encaram a Pré-Escola como uma etapa da aprendizagem escolar, somente ofertar a vaga não é suficiente. “Não é só matricular o aluno para incentivar a sua socialização. A criança está lá para aprender e se desenvolver”, opina Cleuza Repulho, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

Bibliografia
Mesmo com o amplo debate sobre o papel da Pré-Escola, diversos estudos nacionais e internacionais mostram a necessidade de se dar mais atenção a essa etapa de ensino. Entre as pesquisas de destaque, está a do professor da Universidade de Chicago e Nobel de Economia James Heckman, que defende a ideia de que investir na Educação na primeira infância gera frutos na vida adulta em diversos aspectos, do profissional ao cognitivo.

Já entre os estudos brasileiros, o professor André Portela, coordenador do Centro de Microeconomia Aplicada da FGV, mostrou no ano passado, com base nos dados da Prova Brasil e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2005, que a criança que faz Pré-Escola demonstra um melhor aprendizado em matemática e português, além de apresentar menor atraso escolar.

Cai nº de leitores no País e metade não lê

Parcela da população que se diz leitora passou de 55% em 2007 para 50% em 2011

Maria Fernanda Rodrigues - O Estado de S.Paulo

A terceira edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, a ser apresentada hoje na Câmara, revelou que a população leitora diminuiu no País. Enquanto em 2007 55% dos brasileiros se diziam leitores, hoje esse porcentual caiu para 50%.

JF Diorio/AE
Jovens leem em biblioteca no Parque da Juventude,
na zona norte de São Paulo
São considerados leitores aqueles que leram pelo menos um livro nos três meses anteriores à pesquisa. Diminuiu também, de 4,7 para 4, o número de livros lidos por ano. Entraram nessa estatística os livros iniciados, mas não acabados. Na conta final, o brasileiro leu 2,1 livros inteiros e desistiu da leitura de 2.

A pesquisa foi feita pelo Ibope Inteligência por encomenda do Instituto Pró-Livro (IPL), entidade criada em 2006 pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), Sindicato Nacional de Editores e Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares. "É no mínimo triste a gente não poder comemorar um crescimento", disse Karine Pansa, que acumula a direção do IPL e da CBL. Publicação de ontem, mostrou que 75% dos brasileiros nunca pisaram em uma biblioteca.

Participaram da apresentação representantes de entidades livreiras e do poder público, entre eles a ministra da Cultura, Ana de Hollanda. Ela destacou a importância do estudo para o direcionamento das políticas públicas do Minc e do Ministério da Educação. "Temos de ter um olhar da cultura que vai além do ensino e que abra os olhos para outras dimensões. O livro é que vai permitir a formação da cidadania", disse a ministra.

O levantamento foi realizado entre junho e julho de 2011, com 5.012 pessoas de 315 municípios, com 5 anos ou mais, em suas próprias casas. Todas as regiões do País foram incluídas e a margem de erro é de 1,4%.

Questões diversas. Para compor o mapa da leitura, questões diversas foram analisadas. Os principais motivos que mantêm leitores longe de livros são falta de tempo (53%) e desinteresse (30%). O livro digital, novidade deste ano, já é de conhecimento de 30% dos brasileiros e 18% deles já os usaram. A metade disse que voltaria a ler nesse formato.

A mãe não é mais a maior incentivadora da leitura, como aparecia na pesquisa passada. Para 45% dos entrevistados, o lugar é ocupado agora pelo professor. A biblioteca é o lugar escolhido para a leitura de um livro por apenas 12% dos brasileiros - 93% dos que leem o fazem em casa. Ter mais opções de livros novos foi apontado por 20% dos entrevistados como motivo para frequentar uma biblioteca. Porém, para 33% dos brasileiros, nada os convenceria a entrar em uma.

Entre o passatempo preferido, ler livros, periódicos e textos na internet ocupa a sexta posição (28%). Na pesquisa anterior, o índice era de 36%. Assistir à televisão segue na primeira posição (85%) - em 2007, era a distração de 77% dos entrevistados.

Dos 197 escritores citados, os mais lembrados foram Monteiro Lobato, Machado de Assis, Paulo Coelho, Jorge Amado e Carlos Drummond de Andrade. Já os títulos mais mencionados foram a Bíblia, A Cabana, Ágape, O Sítio do Picapau Amarelo - que não é exatamente título de nenhum livro de Lobato - e O Pequeno Príncipe. Best-sellers como Crepúsculo, Harry Potter e O Monge e o Executivo também aparecem.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Cerca de 75% dos brasileiros jamais pisaram em uma biblioteca

O jornal O estado de São Paulo publicou hoje um texto sobre um levantamento do Instituto Pró-Livro. No texto podemos ver que o estudo, entre outras coisas, mostra que as pessoas desconhecem o objetivo das bibliotecas ou limitam sua utilização à pesquisa escolar e acadêmica. Isso é grave, muito grave.

Cerca de 75% dos brasileiros jamais pisaram em uma biblioteca, diz estudo

Pesquisa do Instituto Pró-Livro mostra que 71% da população têm fácil acesso a uma biblioteca

Edison Veiga e Paulo Saldaña - O Estado de S.Paulo

O desempregado gaúcho Rodrigo Soares tem 31 anos e nunca foi a uma biblioteca. Na tarde desta terça-feira, ele lia uma revista na porta da Biblioteca São Paulo, zona norte da cidade. "A correria acaba nos forçando a esquecer essas coisas." E Soares não está sozinho. Cerca de 75% da população brasileira jamais pisou numa biblioteca - apesar de quase o mesmo porcentual (71%) afirmar saber da existência de uma biblioteca pública em sua cidade e ter fácil acesso a ela.

Vão à biblioteca frequentemente apenas 8% dos brasileiros, enquanto 17% o fazem de vez em quando. Além disso, o uso frequente desse espaço caiu de 11% para 7% entre 2007 e 2011. A maioria (55%) dos frequentadores é do sexo masculino.

Os dados fazem parte da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro (IPL), o mais completo estudo sobre comportamento leitor. O levantamento na íntegra será divulgado hoje em Brasília.

Para a presidente do IPL, Karine Pansa, os dados colhidos pelo Ibope Inteligência mostram que o desafio, em geral, não é mais possibilitar o acesso ao equipamento, mas fazer com que as pessoas o utilizem. "O maior desafio é transformar as bibliotecas em locais agradáveis, onde as pessoas gostam de estar, com prazer. Não só para estudar."

A preocupação de Karine faz todo sentido quando se joga uma luz sobre os dados. Ao serem questionados sobre o que a biblioteca representa, 71% dos participantes responderam que o local é "para estudar". Em segundo lugar aparece "um lugar para pesquisa", seguido de "lugar para estudantes". Só 16% disseram que a biblioteca existe "para emprestar livros de literatura". "Um lugar para lazer" aparece com 12% de respostas.

Perfil. A maioria das pessoas que frequentam uma biblioteca está na vida escolar - 64% dos entrevistados usam bibliotecas de escolas ou faculdades. Dados sobre a faixa etária mostram que, em geral, as pessoas as utilizam nessa fase e vão abandonando esse costume ao longo da vida.

A gestora ambiental Andrea Marin, de 39 anos, gosta de livros e lê com frequência. Mas não vai a uma biblioteca desde que saiu dos bancos escolares. "A imagem que tenho é de que se trata de um lugar de pesquisa. E para pesquisar eu sempre recorro à internet", disse Andrea enquanto folheava uma obra na Livraria Cultura do Shopping Bourbon, na Pompeia, zona oeste, diz que prefere as livrarias. Interessada em moda, ela procurava livros que pudessem ajudá-la com o assunto. "Nem pensei em procurar uma biblioteca. Nas livrarias há muita coisa, café, facilidades. E a biblioteca, onde ela está?", questiona. Dez minutos depois, passa no caixa e paga R$ 150 por dois livros.

O estudante universitário Eduardo Vieira, de 23 anos, também não se lembra da última vez que foi a uma biblioteca. "Moro em Diadema e lá tem muita biblioteca. A livraria acaba mais atualizada", diz ele, que revela ler só obras cristãs. "Acho que nem tem esse tipo de livro nas bibliotecas."

terça-feira, 27 de março de 2012

Marilena Chauí critica neoliberalismo sobre a educação

Em encontro promovido pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, a filósofa falou sobre sociedade, ensino e governo do estado

Por: Redação da Rede Brasil Atual

Marilena Chauí (primeira à esq), durante palestra na sede do sindicato dos bancários de São Paulo (Foto: Gerardo Lazzari)

A filósofa Marilena Chauí, professora aposentada da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, considera que a doutrina neoliberal transformou radicalmente a noção de tempo e espaço e transformou indivíduos e cidadãos em meros consumidores vivendo num mundo no qual o efêmero e o descartável passaram a imperar. Ela analisou a importância da educação como alicerce para se contrapor a essa visão durante palestra no Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, na noite de ontem (26).

À sua crítica à excessiva presença do mercado nas relações humanas, Chauí acrescentou que nesse mundo, da “sociedade do conhecimento”, a educação deixa de ser reflexiva para se tornar adestramento.

“Nesse contexto, uma iniciativa como esta do sindicato, de discutir uma educação libertária, solidária e voltada para uma outra visão de futuro é essencial e estou muito feliz em poder contribuir para isso”, elogiou. Para ela o debate promovido pela entidade contrapõe-se também ao contexto político atual do estado de São Paulo, que, segundo ela, “há 30 anos foi transformado em feudo do PSDB, um partido que presta um desserviço em todos os níveis para o estado”.

USP e democracia
Na ocasião, Chauí expressou a sua opinião sobre o atual reitor da USP, João Grandino Rodas, e as políticas dentro da maior universidade do país. “Um sujeito que era o último de uma lista tríplice e que foi escolhido pelo governador (de São Paulo). É um fascista que está fazendo dentro da USP o que a ditadura não teve coragem de fazer”, acusou. Para ela, as ações de Rodas têm total apoio do governo do estado.

De acordo com a filósofa, o ensino superior do Brasil ainda reproduz o modelo de universidade da ditadura, havendo forte crescimento de redes de universidades privadas. “O apoio ideológico para a ditadura era dado pela classe média que, do ponto de vista econômico, produz capital e do ponto de vista político, tem somente poder ideológico. A sustentação que a classe média deu fez com que o governo considerasse que precisava recompensá-la e mantê-la como apoiadora, e a recompensa foi garantir o diploma universitário para a classe média”, concluiu.

sábado, 24 de março de 2012

A Apeoesp e o Bônus por Resultado

A Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), a meu ver, mais uma vez jogou contra na hora de elaborar a sua pauta de reivindicações. Novamente a entidade colocou na lista de reivindicações, a incorporação dos recursos do Bônus e esquece que a Bonificação é por resultados de acordo com a Lei Complementar 1078/2008, publicada em 18/12/2008, ou seja, se o governo aceitasse a proposta da Apeoesp essa incorporação só seria para quem atingisse as metas. O correto seria a destituição da Bonificação por resultados. Gritei isso na Assembleia e uma militante da corrente Articulação Sindical me bateu com aquelas bandeirinhas da Apeoesp. Isto é o que chamo de cegueira ideológica!

Apenas na visão da Apeoesp,e dos Professores que, a meu ver, cegamente aprovaram esse item na pauta de reivindicações na Assembléia em frente ao Estádio do Morumbi no último dia 16 de março a incorporação é para todos, pois na visão de Bonificação por Resultados do Governo do Estado de São Paulo, a incorporação será sim para aqueles que tiverem o mérito, porque se não fosse assim não teria sentido existir o IDESP (Índice de Desenvolvimento da Educação no Estado de SP) de escola por escola e a frequência individual de cada servidor no site do GDAE (Gestão Dinâmica de Administração Escolar).

É nesse sentido, na visão individualista de Bonificação por Resultados do Governo que escrevo e tenho dito que a Apeoesp tem que ter a coragem de colocar nas reivindicações a destituição do Bônus bem como a revogação da Lei Complementar 1078/2008 que o instituiu naquele ano. Escrevo coragem porque boa parte da Cátedra Paulista trabalha o ano todo pensando nesse famigerado bônus que não é para todos e sim para aquelas escolas que conseguem os índices estipulados pelo IDESP.

Um abraço fraterno e solidário a todos,

Adilson Ferreira

sexta-feira, 23 de março de 2012

Projeto de Vida, Todos Temos Um


Quando resolvi postar esse texto, pensei em meu amigo Celso. Além de trabalhar durante o dia em uma metalúrgica, ele dá aulas à noite em uma escola estadual e é assessor da Pastoral da Juventude Estudantil (PJE). Mas, ao reler o texto de minha época de faculdade de Pedagogia, vi, mais uma vez o quanto esse texto é instrutivo para  professores e jovens. É um pouco longo, mas vale à pena ler.

Projeto de Vida, Todos Temos Um

Luiza de Marilac Mendes Amorim
Co-autora: Lenise Garcia

Quando criança, acreditava que, ao ficar nas pontas dos pés, alcançaria as estrelas. Essa idéia me perseguiu nos meus primeiros anos, até perceber que a estrela que desejava alcançar está dentro de mim. A partir desse momento a minha visão de mundo mudou e comecei a construir o meu projeto de vida.

Cada ser nasce dotado de um potencial, mas o que nos faz diferentes e únicos? Os caminhos que trilhamos na vida são resultado das oportunidades e escolhas que fazemos nesse percurso. O que conto, fazendo memória:

Eu fui a 16ª filha de uma família estruturada e feliz dentro de suas condições peculiares; poderia ter ficado conformada com o que nos era oferecido: vida no campo e acesso à escola rural precária.

Sobrepondo-nos aos obstáculos inerentes à vida familiar da época, fomos “arrastados” a desbravar as nuances da vida urbana. Ninguém melhor que a irmã mais velha para nos mostrar, com seu exemplo, novas perspectivas de vida.

Saímos do anonimato, da escuridão do analfabetismo e agarramos com unhas e dentes a oportunidade que nos foi oferecida.

Iniciada a vida na cidade, fomos motivados a nos perceber como seres capazes, competentes. As primeiras letras, o decifrar da leitura nos abriu um caminho sem volta: já não pensamos e agimos como seres alheios à vida.

A escola passou a ser a minha constelação, sonhava em alcançar todas as estrelas fazendo brilhar a minha estrela interior...

Seria esse o início da história da minha vida, ou o preâmbulo do meu projeto de vida, escrito em forma de romance, memórias, etc.



Mas será que fazemos mesmo um projeto para nossas vidas? O que é um projeto de vida?

Se alguém deseja construir um barco, será necessário que planeje por onde começar, decida que materiais irá utilizar e tudo mais que é necessário fazer para a concretização desse desejo. Essa pessoa poderá também montar um projeto de construção desse barco baseado no desejo de quem encomendou a obra. A partir desse projeto, ele terá claro quanto de material será necessário e em quanto tempo irá concluir o trabalho. Assim terá um plano, um projeto para seguir que lhe indicará o caminho mais viável para construir o barco com a melhor qualidade.

Na vida, ocorre algo semelhante. Temos muitas metas, objetivos que desejamos realizar. A vida nos oferece diversas oportunidades que na sua maioria são únicas. Muitas vezes, buscamos variados caminhos e fazemos diferentes escolhas. Às vezes, dependendo da escolha que fazemos, tomamos rumos que nos afastam do nosso objetivo maior ou ficamos confusos quanto a qual caminho seguir porque não traçamos antes o nosso plano, o que de fato queremos na vida: o nosso projeto de vida. Também pode acontecer, como no caso do barco, que estejamos trabalhando em um projeto alheio. Não fomos nós que planejamos as nossas vidas, mas outros a planejaram e nós aderimos, consciente ou inconscientemente, a esse plano. É o caso do filho que segue a profissão que os pais desejam, ou da pessoa que vai sendo levada pelas circunstâncias, mais do que por verdadeiras escolhas.

Um projeto de vida é um plano estruturado, no qual é possível visualizar melhor os caminhos que devemos seguir para alcançar aquilo que queremos; as nossas metas. Portanto é necessário que tenhamos antes de tudo bem definido onde queremos chegar, quais nossos objetivos, não desprezando nessa definição os nossos princípios e valores, pois são eles o nosso alicerce de vida. Quando nossas metas não estão em consonância com os nossos valores, dificilmente estaremos satisfeitos com a nossa vida, seremos portanto, sempre infelizes. Mesmo quando alcançamos determinadas metas, se essas não estiverem em harmonia com o que realmente acreditamos como princípios, sentiremos um grande vazio interior que nos irá deixar em conflito e sem direção.

Na construção do projeto de vida é fundamental conhecer-se, saber o que realmente se quer da vida. E saber que, para rumar para esse ideal, será necessário esforço e constância, e o desenvolvimento das competências necessárias para que a meta possa ser atingida.

E aqui entra a reflexão sobre a educação. Haverá algo mais importante, para um educador, do que contribuir para que seus alunos possam desenvolver adequadamente seus projetos de vida, para que não fiquem em simples desejos? Mas poderá o educador fazer isso sem interferir nos ideais, sem impor aos alunos os seus próprios projetos?



Penso que isso é possível, quando o educador compreende que existem algumas competências básicas que precisam ser desenvolvidas, e que farão parte do projeto de vida de qualquer pessoa, serão caminho para ele.

Essa percepção esteve no fundo da definição dos chamados 4 pilares da educação: Aprender a Ser, Aprender a Conviver, Aprender a Conhecer e Aprender a Fazer.

Qualquer que seja o nosso projeto, ele envolve antes de mais nada a construção de nós mesmos. O desenvolvimento da competência pessoal do Aprender a ser exige um aprendizado ao longo da vida e constante capacidade de transformação. Estaremos sempre indo ao encontro de nós mesmos, reconhecendo as nossas relações com o outro e com o mundo. Estaremos construindo e reconstruindo o nosso projeto de vida fundamentado numa identidade única, o que nos levará a uma grande realização como pessoa humana.

À medida que vamos executando o nosso projeto de vida, convivemos e nos relacionamos com as pessoas e nasce, portanto, a necessidade de exercitarmos o Aprender a Conviver, competência que nos permite agir de forma adequada no âmbito interpessoal e social. Como afirma Antonio Carlos Gomes da Costa e Simone André no Livro Educação para o Desenvolvimento Humano, cap. 3, “Estar com o outro é a base para o aprender a ser e a estar consigo mesmo.”

O desenvolvimento do projeto de vida, qualquer que seja ele, demanda a flexibilidade para a aprendizagem. Na conjuntura atual, o conhecimento é a chave para o sucesso, se posicionar como eterno aprendiz é a regra. Aprender a conhecer ao longo da vida, em todos os espaços onde vivemos, e, mais que conhecer, dominar os processos de produção e gestão do conhecimento é fundamental.

Por fim, ninguém pode realizar seu projeto de vida se não consegue desenvolver a competência produtiva do Aprender a fazer, que nos permite criar e realizar transformações em qualquer nível, econômico,social, político ou cultural. Como seres produtivos, não teríamos um projeto de vida completo e real se não incluíssemos a possibilidade para o ingresso, regresso, permanência e sucesso no mundo do trabalho. Como diz o cantor cearense Raimundo Fagner em sua canção “Um homem se humilha se castram seus sonhos, seu sonho é sua vida e a vida é o trabalho, e sem o seu trabalho o homem não tem honra e sem a sua honra, se morre, se mata...

Além da fundamentação das 4 Competências Básicas, a efetivação do projeto de vida inclui 8 áreas ou saúdes como determina a OMS (Organização Mundial de Saúde): Saúde Física, Saúde Espiritual, Saúde Intelectual, Saúde Familiar, Saúde Social, Saúde Financeira, Saúde Profissional e Saúde Ecológica.

A falha na inclusão de alguma delas fará com que haja uma incompletude, mais ou menos percebida, na vida da pessoa.

Sobre as saúdes
·        Saúde Física: está relacionada com o corpo físico. O corpo é o meio pelo qual podemos manifestar toda nossa essência. O que pode ser feito para manter o corpo saudável?
·        Saúde Espiritual: diz respeito ao auto-desenvolvimento como Ser. Qual a importância de manter a paz de espírito, o amor próprio e o amor pela vida?
·        Saúde Intelectual: aborda o aprendizado. Que atitudes e/ou decisões tem refletido sinais de aprendizagem? Os investimentos nesse aspecto estão sendo importantes?
·        Saúde Familiar: contempla os relacionamentos familiares. Consideras importante manter o relacionamento amoroso e harmonioso com todos os seus familiares?
·        Saúde Social: faz relação com a sociedade como um todo. O que é necessário para viver numa sociedade mais justa? O que pode ser feito para ajudar o próximo?
·        Saúde Financeira: está relacionada com as finanças. Será importante um planejamento para viver de forma equilibrada o aspecto financeiro?
·        Saúde Profissional: prevê sobre a carreira profissional. Qual é a motivação (motivo para ação) que o faz estar nesta profissão?
·        Saúde Ecológica: diz respeito a natureza e o planeta Terra. O que é possível fazer para viver em harmonia com a natureza?

As 8 saúdes estão inter-relacionadas uma com outra, ou seja, para a conquista de uma meta em uma área, talvez seja necessário colocar uma outra meta em outra área.

Finalmente para sermos felizes e equilibrados necessitamos de um projeto de vida bem delineado, onde possamos nos perceber como ser capaz, com potencial para vivermos em sociedade e em paz com o mundo.

Referências Bibliográficas:
ANDRE, Simone e COSTA, Antonio Carlos Gomes. Educação para o desenvolvimento humano. São Paulo: Ed. Saraiva/Instituto Ayrton Senna, 2004.

FONG, Saulo - Instituto União - Disponível em http://www.pensamentopositivo.com.br/projetodevida/

Canção da Terra - O Teatro Mágico

Tudo aconteceu num certo dia
Hora de ave maria o universo vi gerar
No princípio o verbo se fez fogo
Nem atlas tinha o globo
Mas tinha nome o lugar
Era terra, terra

E fez o criador a natureza
Fez os campos e florestas
Fez os bichos, fez o mar
Fez por fim, então, a rebeldia
Que nos dá a garantia
Que nos leva a lutar
Pela terra, terra

Madre terra nossa esperança
Onde a vida dá seus frutos
O teu filho vem cantar
Ser e ter o sonho por inteiro
Ser sem-terra, ser guerreiro
Com a missão de semear
À terra, terra

Mas apesar de tudo isso
O latifúndio é feito um inço
Que precisa acabar
Romper as cercas da ignorância
Que produz a intolerância
Terra é de quem plantar
À terra, terra

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ProUni: Diário Oficial publica regras para bolsas remanescentes em 2012


O Ministério da Educação publicou hoje (23) portaria sobre a concessão de bolsas de estudo remanescentes, do último processo seletivo do ProUni. As informações foram divulgadas no Diário Oficial da União.

De acordo com o documento, as bolsas remanescentes do primeiro semestre de 2012 que não foram concedidas aos candidatos pré-selecionados durante o processo regular de análise agora serão disponibilizadas nas instituições de ensino superior (IES) integradas ao Prouni.

Os critérios para o acesso às bolsas de estudo estão relacionados à classificação em processo seletivo específico como o vestibular e ao desempenho acadêmico, no caso de turmas iniciadas antes de 2012. Leia a íntegra da Portaria 227 no Diário Oficial.

Fonte: Rede Brasil Atual

terça-feira, 20 de março de 2012

CNTE divulga tabela de salários do magistério nos estados

De acordo com informações repassadas pelos sindicatos filiados à CNTE, 17 estados não pagam o piso anunciado pelo MEC (R$ 1.451,00) e o mesmo número não cumprem a jornada extraclasse definida na Lei 11.738. Por isso, nos próximos dias 14, 15 e 16, os/as trabalhadores/as da educação básica pública promoverão Greve Nacional para denunciar os gestores que não cumprem a Lei do Piso, sobretudo de forma vinculada à carreira profissional e com a destinação de no mínimo um terço da jornada de trabalho do/a professor/a para atividades extraclasse.

Em relação à tabela abaixo, importante destacar:
1. O piso nacional do magistério corresponde à formação de nível médio do/a professor/a, e sua referência encontra-se localizada na coluna "Vencimento" da tabela.

2. Os valores estabelecidos para a formação de nível superior são determinados pelos respectivos planos de carreira (leis estaduais).

3. A equivalência do piso à Lei 11.738, nesta tabela, considera o valor anunciado pelo MEC para 2012 (R$ 1.451,00). Para a CNTE, neste ano, o piso é de R$ 1.937,26, pois a Confederação considera (i) a atualização monetária em 2009 (primeiro ano de vigência efetiva da norma federal), (ii) a aplicação prospectiva do percentual de reajuste do Fundeb ao Piso (relação ano a ano); e (iii) a incidência de 60% para pagamento dos salários dos educadores, decorrente das complementações da União feitas através das MPs nº 484/2010 e 485/2010.

4. Nos estados do Espírito Santo e Minas Gerais, as remunerações correspondem ao subsídio implantado na forma de uma segunda carreira para os profissionais da educação. Os valores integram vantagens pessoais dos servidores, e os sindicatos da educação cobram a aplicação correta do piso na carreira do magistério.

5. Na maioria dos estados (e também dos municípios), a aplicação do piso tem registrado prejuízos às carreiras do magistério, ofendendo, assim, o dispositivo constitucional (art. 206, V) que preconiza a valorização dos profissionais da educação por meio de planos de carreira que atraiam e mantenham os trabalhadores nas escolas públicas, contribuindo para a melhoria da qualidade da educação. (CNTE, 12/03/12)

Diretoria Executiva da CNTE